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Mãe leva filha para fazer exame oftalmológico de rotina e descobre malformação rara no cérebro

Entrevista concedida pela Dra Renata à Revista Crescer

Lauren Tyrrell não imaginava que uma ida ao oftalmologista salvaria a vida de sua filha. Em relato publicado na plataforma Love What Matters, a mãe de três meninas contou como sua filha foi diagnosticada com Malformação de Arnold-Chiari, a partir de uma visita de rotina ao oftalmologista. A menina passou por duas cirurgias emergenciais no cérebro.

A síndrome, que consiste em uma malformação rara e congênita do sistema nervoso central, foi identificada após uma bateria de exames, mas tudo começou com um teste de fundoscopia, que avalia, entre outras coisas, a qualidade do nervo óptico. O oftalmologista verificou um edema no nervo de Alexis, na época com 6 anos, e julgou necessário investigar.

Alguns meses depois, uma equipe de médicos do Geelong Hospital, na Austrália, revelou aos pais que, apesar da criança não apresentar nenhum sintoma clássico, o caso era muito mais complexo do que parecia, e que Alexis precisaria passar por uma cirurgia de emergência no cérebro. “Enquanto eles nos mandavam a diferentes especialistas, eu não estava preocupada. Eu achava que tudo estivesse bem e que ela não tinha nada. Mas quando eles disseram estar preparando a cirurgia, não tivemos tempo para pensar. Eu só chorava, chorava e chorava. Alexis era uma criança saudável.”

Alexis precisou passar ainda por uma segunda cirurgia cerebral e, hoje com 8 anos, está de volta à escola. “Acontece que os olhos são uma janela do cérebro e o que ela tinha de fato era pressão intracraniana no cérebro, causada por uma condição chamada Malformação de Arnold-Chiari, que não fazíamos ideia que ela tinha. Um simples teste nos olhos salvou a vida da minha filha”, concluiu a mãe.

Renata Rabelo Ferretti, oftalmologista da rede de Hospitais São Camilo, explica que essa malformação prejudica a circulação do líquido do cérebro, ocasionando seu acúmulo, condição conhecida como hidrocefalia. “Como o nervo óptico está atrás do globo ocular e se conecta a um ponto do cérebro, a hidrocefalia é denunciada pelo inchaço. Este edema no nervo óptico é causado pela compressão do mesmo pelo líquido acumulado nas estruturas cranianas”.

Assim como no caso de Alexis, quando verificada uma alteração no nervo óptico, o oftalmologista encaminha o caso a um neurologista. Daniella Fairbanks, oftalmologista do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, reforça a importância das consultas mesmo no primeiro ano de vida. “Erroneamente as pessoas acham que devem levar a criança ao oftalmologista apenas quando ela já fala e pode reclamar de uma alteração na visão. Além de casos como o de Alexis, quando vidas são salvas a partir de exames de rotina, a maioria dos problemas oculares, como um déficit de visão entre os olhos, são mais tratáveis até os 7, 8 anos”, conclui.

Fonte: Revista Crescer

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